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Agronegócio

Pastagens do Noroeste têm sofrido com ataques de lagartas desfolhadoras

Secretaria de Agricultura faz um alerta e orienta os pecuaristas do Paraná, especialmente os do Noroeste, onde o clima é mais quente e tem mais pastagens

Publicado em 06/03/2022 às 09:47

Dentre as espécies mais comuns observadas na região estão a lagarta-do-cartucho do milho (Spodoptera frugiperda) e a curuquerê-dos-capinzais (Mocis latipes). (Foto: IDR Paraná)

Não bastassem os problemas enfrentados nos últimos anos pelos pecuaristas em relação à estiagem, temperaturas altas, geadas e custos elevados de produção, as pastagens, sobretudo do Noroeste do Paraná, que tem 50% da área ocupada por essa atividade, estão sofrendo ataque mais intenso de lagartas desfolhadoras desde dezembro de 2021. Elas promovem redução na quantidade e na qualidade da forragem, com reflexo direto na produção de carne e leite, que resulta em prejuízo aos produtores.

Como orientação sobre as atitudes a tomar, a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater (IDR-Paraná) e a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) publicaram uma Nota Técnica nesta quinta-feira (3).


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Dentre as espécies mais comuns observadas na região estão a lagarta-do-cartucho do milho (Spodoptera frugiperda) e a curuquerê-dos-capinzais (Mocis latipes). De acordo com a Nota Técnica, o sucesso está no monitoramento, que possibilita a detecção nos estágios iniciais, quando a capacidade que as lagartas têm de consumir o pasto ainda é pequena. É também o período em que o uso de inseticidas biológicos é mais recomendado.

INSETICIDA BIOLÓGICO

Os técnicos que assinam o documento dizem que uma das dificuldades é a escassez de inseticidas registrados para o controle de lagartas nas pastagens. A Nota Técnica traz a listagem dos ingredientes ativos liberados pela Adapar e acentua a obrigatoriedade de seguir todas as recomendações das bulas, que podem ser encontradas neste endereço eletrônico.

O pecuarista deve sempre consultar um profissional capacitado para indicação e orientação sobre o uso correto do produto. Mas, de maneira geral, a recomendação é para se aplicar ao entardecer, evitando horário de sol forte e dias chuvosos. Isto é importante, pois as lagartas se alimentam principalmente no final da tarde e à noite, ficando abrigadas na base das plantas em períodos mais quentes. Por serem inseticidas microbiológicos não há necessidade de retirar os animais das áreas tratadas.“Quando o ataque for severo e a maioria das lagartas estiver com tamanho de 3 - 3,5 cm de comprimento, não se recomenda a aplicação de inseticidas, pois elas já ingeriram grande quantidade de forragem e irão passar para a fase de crisálida”, diz a Nota.


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Na Nota, os técnicos recomendam que, caso seja detectada uma grande infestação de lagartas em determinada área, o rebanho seja concentrado nesse pasto, com o objetivo de consumir rapidamente a forragem e evitar maiores perdas. “Contudo, deve-se respeitar a altura de manejo recomendada para cada espécie forrageira, observando a altura de resíduo adequada, que permita o rebrote rápido e evitando a degradação do pasto”, alertam.

Nas regiões mais quentes do Paraná, como Norte e Noroeste, o clima contribui para o encurtamento do ciclo de vida das lagartas (20 – 25 dias), permitindo que ocorram entre 8 e 9 gerações ao longo do ano, o dobro do observado em regiões mais frias. As lagartas geralmente atacam primeiro as gramas, como o capim coast-cross, capim tifton-85 e grama-estrela. No entanto, no atual ciclo, o ataque tem sido generalizado, afetando também outras gramíneas como capins do gênero panicum (mombaça, zuri, tanzânia), braquiárias (marandu, xaraés, piatã) e capim-elefante (capiaçú, pioneiro).

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