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Da dor ao amor

Gato enterrado vivo é resgatado e ganha lar em Loanda

Ainda filhote, Valentim foi jogado em um buraco em um terreno baldio, em Campo Mourão; ele foi resgatado por uma ONG e adotado por uma moradora de Loanda

Publicado em 14/02/2023 às 07:30
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Valentim no dia que foi resgatado do buraco e agora (Foto: Acervo pessoal/ Karen Spacki)

A história do Valentim, um gatinho simpático, amarelo, peludo e de olhos verdes, tinha tudo para ter um final trágico. Isso porque, em 2020, o felino foi enterrado vivo, em um terreno baldio, em Campo Mourão (a 180 quilômetros de Loanda), quando ainda era filhote.

Por dois dias vizinhos ouviram miados vindo do local, mas não conseguiram localizar o animal, até que voluntários da ONG Pais - Protetores dos Animais, de Campo Mourão, encontraram o animal dentro de um buraco, coberto com terra.

Bastante fragilizado e assustado, o bichinho foi levado a uma clínica veterinária, recebeu os primeiros socorros e foi adotado pela engenheira agrônoma, Karen Spacki, de Loanda. Ela, que tem parentes em Campo Mourão, trouxe o bichano para a capital das torneira e iniciou os tratamentos com a veterinária Kelly Regaçoni, da Clínica Pelos Animais.

"Quando soube da história do Valentim, não tive dúvida, queria ter certeza que ele nunca mais sofreria. Ele se recusava a comer, então precisou ficar internado. Foram três semanas de tentativas. A Dra. Kelly buscava apoio com especialistas, cuidava aos finais de semana, levava carne cozida sem sal, atum, tudo na tentativa de fazê-lo comer. Todos os exames foram feitos e apontavam para uma depressão", explica a tutora.


Karen ressalta que o cuidado e dedicação da equipe veterinária contribuíram muito para a recuperação do gatinho, que passava por um momento tão difícil. Já a médica veterinária, concorda que o quadro do gatinho era delicado e necessitava de cuidados especiais.

"O Valentim chegou muito assustado, em geral, o gato já é um animal que não se adapta tão facilmente, agora imagina um animal que sofreu um trauma? O tratamento do Valentim foi bem lento e demorado. Ele estava com anemia bem forte e imunidade bastante baixa. Além de cuidar do estado clínico dele eu tive que cuidar do emocional", explica a Dra. Kelly.


Com o tempo, tratamento e muito amor, aos poucos o Valentim foi reagindo, ganhou confiança, começou a se alimentar sozinho e deixou para trás o passado triste que quase tirou a vida dele. Atualmente está grande, peludinho e a pessoa que o enterrou naquele buraco nem deve imaginar que ele é a alegria do lar da Karen, que é apaixonada por animais.


Adoção de cachorro vítima de maus-tratos

Mas a história de compaixão aos animais da Karen não para por aí. Um dia, quando o Valentim estava internado, ainda em recuperação, chegou à clínica um cachorro filhote, vítima de maus-tratos, e o coração dela, mais uma vez, falou mais alto.

"Parecia ser uma agressão muito forte, um dos olhos estava fora da cavidade. A Dra. Kelly fez a cirurgia e eu também o adotei. Durante o procedimento, foram duas paradas cardiorrespiratórias e ele resistiu. Depois disso ele ainda teve erliquiose [doença do carrapato] e também sobreviveu", revela a tutora.


Mesmo com todo o cuidado, devido à gravidade dos ferimentos, o cãozinho, batizado de Heitor, perdeu um dos olhos, mas isso não impede que hoje ele seja muito feliz na nova vida e no lar que ganhou.

"Atendemos muitas situações de maus-tratos todos os dias e é importante ressaltar que todo animal resgatado pode e merecer ter uma segunda oportunidade. Muitas vezes eles chegam aqui bastante doentes e nós tentamos recuperar ao máximo e o mais rápido possível para que sejam adotados'', finaliza a médica veterinária, que não esconde o amor pela profissão.



Crime Federal

Maltratar animais é crime, previsto em Lei Federal. De acordo com o Artigo 32 da Lei 9.605/98, que trata sobre este tipo de crime, quem pratica, fere ou mutila animais domésticos, silvestres, nativos ou exóticos, pode receber pena de detenção, além de multa. Quando se tratar de cão ou gato, a pena será de reclusão, de dois a cinco anos, multa e proibição da guarda.


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