Maria Eduarda Oliveira
Há quem ainda diga que futebol não é coisa de mulher. A loandense, Andressa Vaitz, e as irmãs querencianas, Sirlene e Silvana Oliveira, discordam. As três são as primeiras mulheres a se tornarem árbitras amadoras na região Noroeste.
O Portal da Cidade Loanda conversou com as profissionais que, entre tantas competições, atualmente trabalham no campeonato amador 2022, promovido pela liga de futebol de Loanda.
Andressa é a mais nova das três, com 27 anos. Ela conta que tudo começou na faculdade de Educação Física, quando fez o curso de arbitragem em futsal. Em 2019, ela terminou a formação para também atuar no futebol.
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Andressa passou a atuar no gramado somente depois da pandemia.
"Os atletas me tratam com muito respeito e educação. Ouvem e compreendem quando passo alguma informação e não agem com grosseria quando existem questionamentos. Acho que o fato de ter uma mulher na equipe, inclusive, ajuda em várias situações", pontua.
O cenário é um pouco diferente para as irmãs Sirlene, de 29, e Silvana, de 37 anos. As duas também se formaram em Educação Física e atuam em campo desde 2017. O interesse pela profissão na família vai mais além, o marido de Sirlene - cunhado de Silvana - também é árbitro.
Sirlene (à esquerda), o marido (no meio) e Silvana (à direita).
"Sempre fui apaixonada pelo futebol. Confesso que no começo da profissão achei que não daria certo. Vejo uma diferença muito grande entre as mulheres e os homens. Acredito que os jogadores têm vontade de nos xingar, mas dão uma "respirada" antes de responder, por sermos mulheres [risos]", brinca Sirlene.
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A irmã mais velha lembra que desde criança se imagina como árbitra. Silvana se sente orgulhosa e realizada na profissão, apesar do cenário ainda machista. "Não posso falar que é fácil atuar como mulher, pois ainda existe muito machismo por parte de alguns jogadores. Acham que nós não entendemos ou não sabemos as regras do futebol", lamenta.
As super poderosas Andressa, Silvana e Sirlene integram a equipe de arbitragem da região de Loanda, que conta com 65 homens. As três são exemplos de que as mulheres são cada vez mais capazes de alcançar os objetivos, independentemente de onde eles estejam, seja nas quadras ou no gramado. E nem é necessário o VAR para confirmar isso!