Portal da Cidade Loanda

Cultura

Ativista indígena ministra palestra em escola municipal de Loanda

Camila Kaingang é estudante universitária e falou sobre a cultura, modernização e identidade do povo indígena para descontruir preconceitos sobre esse povo

Publicado em 30/10/2023 às 15:11
Atualizado em

Camila é ativista da Organização de Juventude Indígena Kaingang Nen-Ga Terra Indígena Apucaraninha Tamarana/PR. (Foto: Aline Brandão)

Na última sexta-feira (27), alunos do 4º e 5º ano da Escola Municipal Professora Zuleika A. Peterson, de Loanda, participaram de uma palestra ministrada pela indígena Camila Kaingang, de 27 anos, da etnia Kaingang, moradora de Paranavaí. A jovem falou sobre a modernidade, identidade e a cultura indígena, com o objetivo de descontruir preconceitos sociais sobre esse povo.

A convidada é estudante universitária do curso de geografia, na Universidade Estadual do Paraná (Unespar), na cidade em que mora, e ativista da Organização de Juventude Indígena Kaingang Nen-Ga Terra Indígena Apucaraninha Tamarana/PR.

O evento complementa os estudos em sala de aula dos alunos e representa um marco, já que é a primeira vez que os esses estudantes conheceram a história, a partir de uma mulher que faz parte da cultura e vivência indígena.

"Estou muito feliz de estar aqui discursando, acho isso muito importante, pois já muda o pensamento desmistificando bastante a figura do indígena", assegurou a ativista.

Foto: Aline Brandão

Kãgũ, como Camila é conhecida em seu nome indígena original, também falou um pouco sobre as tradições de seu povo e como é a relação entre as diferentes tribos. “Nós, indígenas temos dança, música, pintura corporal, rituais fúnebres, mas mesmo sendo de outra região do país, nós nos identificamos como ‘parentes’. Somos diferentes apenas em costumes, mas somos os que estiveram aqui desde o começo”, ressaltou a estudante, buscando fornecer mais informações sobre a vivência indígena.

Durante o discurso, ela também buscou trazer a quebra de paradigmas ainda existentes na sociedade brasileira, deixando claro que, atualmente, o indígena não é mais aquele que vive somente isolado em aldeia, mas têm acesso à educação e acompanha o desenvolvimento da sociedade brasileira.

“As aldeias já não são todas no mesmo formato que ainda se imagina, uma oca. Hoje em dia também existem casas de madeira ou tijolos. Além disso, os jovens não vivem mais somente nas aldeias, não sobrevivem mais somente de artesanato, assim como eu, eles saem das aldeias e buscam emprego e a universidade. Comemos arroz, feijão, 'mistura' como os não indígenas, não mais somente nossas comidas típicas.”

A Organização de Juventude Indígena Kaingang Nen-Ga Terra Indígena Apucaraninha Tamarana/PR já existe há 10 anos e administra palestras e apresentações em todo o Paraná. O grupo está disponível nas mídias sociais através da conta no Instagram @nen.kaingang.oficial


Fonte:

Deixe seu comentário